por Ricardo Brazileiro
Hoje é o dia de celebrar a energia da natureza que sustenta os desafios da humanidade. Ele é o ferro pesado que enobrece a arte da caça e abre caminhos para um universo mais plural onde a partilha é o símbolo de sua nobreza. Ogum ensina a caçar não só o material, mas o imaterial. Ele representa aquele segundo interior antes de uma tomada de decisão. Ogum ensina que as matas precisam ser preservadas, os animais, as águas, as terras, o ar. Sem esse cuidado necessário não haverá continuidade.
Ogum engrandece a tecnologia. O facão é a extensão de seu pensamento justo, poderoso e denso. Por uma tecnologia que transforma e ensina a caçar com respeito a sua origem. Ogum que sabe de todas as demandas, sabe que o papel do desenvolvimento implica em perdas severas para a humanidade. Sabe também que sustentabilidade só funciona como substantivo, não como adjetivo utilizado para gerar simulacros de transformação. Ogum é a própria noção da sobrevivência.
Contos de Ifá, mais do que um projeto de games, uma energia que tem o peso do ferro, uma energia que transforma mitologia em ação concreta, da arte da caça ao desenvolvimento sustentável. Ogum é tecnologia aberta porque é nela que mora a diversidade, a ciência que liberta da obsolência. A tecnologia em Ogum é rica em soluções reais, não há espaço para gadgets que alimentam a retórica industrial, há sim, soluções reais, sem lag, simples, resistente e objetiva.
Hoje, o azul escuro é a cor mais forte, para não dizer a mais bela, a mais quente.
Patakori Ogum!