Cidades inteligentes e comunidade solidária, um desafio

“tecnologia é mato, o importante são as pessoas”
Daniel Pádua

Por Priscila Hollanda

A importância dos seres humanos na construção dos espaços urbanos dominou o painel “Cidades Inteligentes e Ativismo Tecnosocial”, realizada na manhã desta quarta-feira (25), no auditório da Livraria Cultura, no Bairro do Recife. A Urban Thinkers Session contou com a presença do designer e pesquisador colombiano, com experiência em gestão de projetos sociais e artísticos, Camilo Cantor, da sócia do Olabi Makerspace, Gabi Agustini, da secretária executiva da Ciclocidade – Associação de ciclistas urbanos de São Paulo, Liduína Lins, e do membro do Cidades Sensitivas, Adriano Belisário, como mediador.

O painel ressaltou a necessidade de iniciativas voltadas para a população. Indivíduos se apropriando de ferramentas para solucionar problemas sem precisar esperar medidas públicas como um início para a humanização das smarts cities. “Eles conhecem os problemas, eles podem ter a solução, mas para isso eles precisam dos meios” disse Gabi Agustini.
Foram apresentadas experiências vividas por cada convidado dentro de projetos e assim destacou-se também a importância de momentos de discussões e troca de experiências entre as mais diversas expertises, a fim de construir soluções que possam ir muito além da tecnologia.

Camilo Cantor contou de sua experiência com o Colaboratorio. Foto: Juana Carvalho

Camilo Cantor contou de sua experiência com o Colaboratorio. Foto: Juana Carvalho

Uma prova disso é o projeto Colaboratorio, do qual o convidado Camilo Cantor faz parte. Nele, pessoas de comunidades recebem treinamentos e cursos a fim de gerar conexões. “ A inovação não está somente na universidade, está no dia-a-dia e essa troca ajuda a formar uma cidade inovadora. Quando as pessoas da cidade, do bairro, começam a questionar e buscar soluções para problemas do dia a dia, começam a ocupar o espaço público e montar projetos”, afirmou Cantor.

Um dos pontos aprofundados na conversa abordou as cidades inteligentes como aquelas inovadoras, não necessariamente tecnológicas e com alto investimento financeiro. Inovadoras na forma de se comunicar, de entender os problemas e solucioná-los. Para Liduína Lins, a construção de smarts cities depende muito mais de uma construção colaborativa do que de tijolos e dispositivos digitais. “Pessoa integradas e com um objetivo comum, empenhadas em criar um espaço melhor para todos”, reiterou Liduína.