Inovação Distribuída e Ativismo no Brasil

grupo

Qual o papel do cidadão na construção das cidades inteligentes? Como colocá-lo no centro do processo para construir aplicações que considerem seus hábitos, desejos e necessidades? Como garantir cidades mais diversas e democráticas a partir das tecnologias disponíveis?

Com essas questões aparentes, o Olabi Makerspace organizou no Rio de Janeiro, numa segunda feira fria de outubro, o encontro Inovação Distribuída e Ativismo no Brasil. Estiveram presentes cerca de 30 pessoas envolvidas em processos de economia colaborativa, construções tecno-sociais coletivas e de diálogos em rede para buscar impulsionar uma perspectiva de cidade inteligente que sirva aos principais interessados nessa discussão: os moradores.

Após calorosa e saborosa recepção, Sérgio Branco, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade apresentou sua tese sobre Por que se preocupar com a Internet das Coisas?. Os três pontos levantados sob a égide do Direito foram: a. Desafio da privacidade; b. Regras de Responsabilidade; c. Regras de interoperabilidade das tecnologias. Essas regras são germinais para o futuro da Internet das Coisas, sem importar qual seria esse futuro.

Na próxima fala, Construindo Cidades Sensitivas, feita por este que vos escreve, foi salientado que o futuro é o que sempre foi: uma invenção mercadológica [1]. A apresentação trouxe à tona diferentes iniciativas que tratam da vigilância nas cidades inteligentes e o papel das multidões na construção de seus próprios artefatos tecnológicos

Inovação distribuída e ativismo no brasil from Ricardo Ruiz

A seguir, os convidados foram divididos em grupos sob os seguintes temas: Juventude Negra; Favela e Território; Resíduos Sólidos; Gênero; Cultura; e Acessibilidade.

A partir desses temas, foi aplicado um modelo metodológico inspirado no Design Thinking para a construção de personagens, identificação de problema e proposição de solução. Ao final do dia, os grupos apresentaram suas propostas, que divergiram de sistemas de coleta de água de chuva comunitários a aplicativos de tradução simultânea. Importante notar a fluidez e a agilidade do método, e de perceber grande possibilidade de aplicação real de algumas propostas apresentadas.

Independente de resultados, a junção de tantas pessoas de diferentes origens e especialidades foi mais um passo do feliz trabalho que o Olabi Makerspace e seus colaboradores desenvolvem no país na aurora do século XXI.

1. BARBROOK, Richard – Futuros Imaginários: das máquinas pensantes à aldeia global – Disponível em https://www.scribd.com/doc/135025581/BARBROOK-Richard-Futuros-Imaginarios-2009